Informar é cultura

Apresentação e explicitação da vida Portuguesa como sinónimo da nossa nacionalidade passando pelos mais variados temas, sem contudo esquecer, o debate de temas proibidos que pecam e se perdem na ignorância dos povos e a sua abordagem por parte dos sectores políticos vigentes. "Ubi veritas?"



sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Contributo de como sair da crise. Lutar.

Quando se luta, espera-se resultados imediatos (pelo menos algumas pessoas).
Mas a luta não se resolve num só dia, por vezes demora o tempo necessário e  provocado (pelos os que promovem esta organização social), para existir uma exaustão de quem luta ou demitir-se das suas ambições.

Quando a ideologia (globalização) não confere igualdade de direitos e oportunidades de vida, prefiro a utopia. Porque a ideologia é e está vigente, e a utopia será então a alternativa. 
Viver em factos sociais consumados sem pretender uma alternativa digna da nossa condição enquanto pessoas socialmente iguais, não é ser-se utópico mas sim subordinado ao sistema social vigente, discriminatório e condicionando os seus comportamentos para uma mudança. 

Quando a nova organização social ser equatitária nas oportunidades de todos (utopia), o que a impede de ser implementada é a falta de ambição colectiva das pessoas em reverem-se nos seus valores. Sendo assim, a utopia só depende de nós. Porque somos nós, os explorados, que temos que unir o esforço da possível conquista de um futuro melhor, e criar uma nova ideologia com base no que se conquistou. Uma ideologia mais justa,fraterna e solidária.

Deixo-vos três textos de Bertold Brecht  que estão perfeitamente actuais e são um apelo contra a passividade e indiferença das pessoas a realidades que lhes são nefastas, e dois videos em jeito de solidariedade.
É que por norma uma ideologia é implementada quando promovida por alguém ou por um conjunto de pessoas e as outras se revêm naquilo que se pretende e lhes é transmitido. Então não compreendo porque é que sendo mais aqueles que contestam do que aqueles que são beneficiados, porque é que não existe uma atitude colectiva da mudança.
Por mais que queiram dizer o contrário, as classes têm que existir sempre. A organização social produtora de riqueza proveniente de um trabalho executado, requer a implementação de regras profissionais associadas à arte ou ofício. Assim sendo, a luta de classes vai sempre ser um facto e que contraria o projecto social económico e financeiro que é o suporte da globalização.

Bertold Brecht (1898-1956)

INTERTEXTO

Primeiro levaram os negros 
Mas não me importei com isso. 
Eu não era negro. 
  
Em seguida levaram alguns operários 
Mas não me importei com isso. 
Eu também não era operário. 

Depois prenderam os miseráveis 
Mas não me importei com isso. 
Porque eu não sou miserável. 

Depois agarraram uns desempregados 
Mas como tenho meu emprego. 
Também não me importei. 

Agora estão me levando 
Mas já é tarde. 
Como eu não me importei com ninguém 
Ninguém se importa comigo.


NADA É IMPOSSÍVEL MUDAR 



Desconfiai do mais trivial, 
na aparência singelo. 
E examinai, sobretudo, o que parece habitual. 
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, 
pois em tempo de desordem sangrenta,  
de confusão organizada,  
de arbitrariedade consciente,  
de humanidade desumanizada, 
nada deve parecer natural e 
nada deve parecer impossível de mudar. 


ELOGIO DA DIALÉCTICA 
A injustiça avança hoje a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.  
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser 
como são.  
Nenhuma voz além da dos que mandam  
e em todos os mercados proclama a exploração,  
isto é apenas o começo. 
Mas entre os oprimidos, muitos há que agora 
dizem, aquilo que nós queremos nunca mais o 
alcançaremos.  
Quem ainda está vivo não diga nunca o que é seguro não é seguro,  
as coisas não continuarão a ser como são.  
Depois de falarem os dominantes, falarão os dominados.  
Quem pois ousa dizer nunca,  
de quem depende que a opressão prossiga? De 
nós.  
De quem depende que ela acabe? Também de 
nós.  
O que é esmagado que se levante!  
O que está perdido, lute!  
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha.  
E nunca será ainda hoje, porque os vencidos de hoje são os vencedores 
de amanhã! 


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