BIOGRAFIA
1956/1966 - Aos seis anos, e ao mesmo tempo que aprendia a ler e a escrever, iniciou os seus estudos de piano. Foi no Conservatório Nacional a sua primeira audição, aos oito anos, numa altura em que era aluno de Maria Fernanda Chichorro. Aos treze vencia o seu primeiro prémio, o segundo lugar, com atribuição de uma menção honrosa do júri, no Concurso Internacional de Piano, integrado no Festival das Juventudes Musicais, em Palma de Maiorca. Nos seus estudos cruzou-se com o Liceu Camões e um colégio interno, situado em Mouriscas, perto de Abrantes. Durante a adolescência e a par da formação erudita, começa a interessar-se pelo rock’n’roll, e, de um modo geral, pela música popular americana e inglesa. É por esta altura que descobre a guitarra. Bob Dylan, Led Zeppelin e Lou Reed são algumas das suas influências.
1967/1971 - Em 1967, no Algarve, integra o grupo Black Boys, tocando órgão. Esta primeira experiência profissional, na companhia de músicos de Santarém, durou cerca de seis meses e foi interrompida por uma aparição “oportuna” do seu pai, num dos bares em que o grupo tocava, num momento em que a experiência já se estava a esgotar, culminando no regresso a Lisboa e no regresso aos estudos secundários em Lisboa.
De 1969 a 1971, enquanto estuda Engenharia na Faculdade de Ciências de Lisboa (numa altura em que “o geral podia-se fazer ou no Técnico ou na Faculdade de Ciências”), integra o grupo pop-rock Sindicato, como teclista e cantor. Do grupo faziam parte Rão Kyao, Vítor Mamede, João Maló, Rui Cardoso e Ricardo Levi. Para além dos covers de bandas de rock americanas e inglesas (Led Zeppelin, Stephen Stills, Chicago, Blood Sweat and Tears, entre outros), o grupo compôs originais, em língua inglesa. A entrada de uma secção de metais encaminha-os para uma estética de fusão entre o Jazz e o Rock. Em 1971, gravaram o single "Smile", que tinha no lado B "SINDIblues Swede CATO'S Shoes", uma versão do standard de rock’n’roll "Blue Suede Shoes", de Carl Perkins. No mesmo ano, deram o seu último concerto na primeira edição do Festival de Vilar de Mouros.

Ainda em 1972, realiza uma viagem transcontinental passando pelos Estados Unidos, Canadá e Caraíbas. Neste mesmo ano abandona os estudos de Engenharia.
Em Setembro de 1973, recusando cumprir o serviço militar obrigatório, e, consequentemente, embarcar numa guerra para o Ultramar, parte para a Dinamarca, com Gisela Branco, sua primeira mulher, onde lhe foi concedido asilo político. Como afirma na entrevista a Cristiano Pereira do Jornal de Notícias de 22 de Setembro de 2002:
"Com licença, meus amigos, mas para a guerra não vou."
Na Dinamarca trabalhou como empregado num hotel. Em simultâneo, compunha e escrevia letras, participando, por vezes, em programas de rádio onde apresentou composições suas e de outros intérpretes da Música Popular Portuguesa (MPP).
1974/1979 - Regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974, iniciando uma carreira como orquestrador, entre 1974 e 1977, na indústria discográfica. Fez arranjos para fonogramas de Pedro Barroso, Paco Bandeira, Francisco Naia, Rui de Mascarenhas, Tonicha, João Vaz Lopes, Valério Silva, Adelaide Ferreira e dos agrupamentos Intróito e Maranata. Participou como instrumentista em gravações de José Barata Moura e José Jorge Letria, entre outros.

Depois da gravação do seu segundo trabalho discográfico - 'Té Já (1977)- e de uma digressão ao Brasil como músico de Paco Bandeira, partiu em viagem, cantando e tocando guitarra nas ruas de várias cidades espanholas (1977) e francesas (1978-1981), nomeadamente Paris, interpretando repertório de compositores de música popular americana, como Bob Dylan, Crosby, Stills and Nash, Leonard Cohen, Neil Young, Simon and Garfunkel, entre outros.
Em 1979, vive alguns meses em Portugal, morando no Ninho das Águias, junto ao Castelo de S. Jorge, em Lisboa. Grava "Qualquer Coisa Pá Música", o seu terceiro álbum de originais, com membros do grupo acústico O Bando, seguindo-se uma série de actuações a solo e com o referido grupo.
Vicente, o seu primeiro filho, nasce em 1983 e a ele dedica a música "Castor", do seu quinto álbum de originais - Asas e Penas (1984). De resto, ela é nele “inspirada”, a julgar pelo que consta na capa do registo sonoro, e só não é verdadeiramente instrumental pela sua participação/intervenção. Na sequência deste disco realiza diversos concertos em Portugal, França e Itália.
Os anos seguintes foram marcados pela frequência do antigo Curso Superior de Piano do Conservatório Nacional, onde foi aluno da compositora Maria de Lourdes Martins.
Em 1989, edita Bairro do Amor, considerado pelos jornais Público e Diário de Notícias como um dos álbuns do século da música portuguesa. Este trabalho marca a saída de JP da editora EMI- Valentim de Carvalho, que recusou a edição deste álbum, e a passagem para a PolyGram.
Compondo, escrevendo letras, fazendo arranjos e desempenhando a direcção musical nas gravações dos seus fonogramas, foi acompanhado por músicos com experiência em diversos domínios musicais, como o pop-rock, a MPP, a música improvisada, a música erudita e o jazz, dos quais se salientam Carlos Bechegas, Carlos Zíngaro, Edgar Caramelo, Guilherme Inês, Jorge Reis, Júlio Pereira, Rui Veloso, Zé Nabo, José Moz Carrapa, Zé da Ponte e Kalu, entre outros.
1990/1999 - Durante a década de 1990 suspendeu a gravação de composições originais para se dedicar à reinterpretação da sua obra, participando regularmente noutros agrupamentos, realizando gravações para intérpretes próximos de si, compondo música para teatro, bem como preconizando inúmeros concertos pelo país, que se traduziram num amento significativo da sua popularidade, sobretudo junto do público mais jovem.
Durante o ano de 1995 continua a realizar concertos por todo o país, passando também pelo Casino Estoril, num formato solo, e com produção musical de Pedro Osório. Integrou, como pianista convidado, o Unplugged dos Xutos e Pontapés, na Antena 3, e foi letrista, compositor e músico em Espanta Espíritos, um álbum em que participaram vários nomes da MPP e que foi produzido por Manuel Faria, um ex-Trovante. Ainda neste ano, nasce o seu segundo filho- Francisco.
Os anos finais da década de 1990 são marcados por muitos concertos e trabalhos. Destacam-se os concertos das queimas das fitas, “Festival Outono em Lisboa”, vários durante a Expo, em nome próprio, em solidariedade para com a Guiné Bissau e como convidado do espectáculo "As Vozes Búlgaras", de Amélia Muge. Participou, também, no álbum de tributo aos Xutos e Pontapés – XX Anos XX Bandas - recriando "Nesta Cidade", acompanhado pela guitarra de Flak, e no álbum Tatuagem, de Mafalda Veiga, no dueto "Tatuagens", que veio a ser single do disco. Visitou também Timor Leste na companhia de Fernando Tordo.
Em 2002, recebeu o prémio José Afonso pelo seu disco Jorge Palma e foi nomeado para os Globos de Ouro, promovidos pela SIC, nas categorias de melhor intérprete individual e de melhor música ("Dormia Tão Sossegada"). Deu três concertos em Junho, no Teatro Villaret, acompanhado pelo seu filho Vicente, que foram editados num CD duplo, lançado em Setembro, com o título No Tempo dos Assassinos - Teatro Villaret - Junho de 2002. Contém trinta e três temas da sua vasta obra.
Em 2003 e 2004, a agenda preenchida mantém-se, com inúmeros concertos pelo país, incluindo participações em concertos de Sérgio Godinho. Prepara, no entanto, um trabalho gravado em sua própria casa em que alia a sua interpretação ao piano à voz de Ilda Fèteira, numa incursão pela poesia portuguesa contemporânea. Esta "obra de culto" foi editada a expensas próprias e apresentada na Associação 25 de Abril.
Em Agosto de 2004 gravou, no Porto, o álbum "Norte" que contou com participações especiais de muitos músicos portugueses com quem ainda não tinha trabalhado até então.
Em 27 de Novembro de 2008 casou-se com Rita Tomé, a sua namorada de longa data, em Las Vegas ao som de «Encosta-te A Mim». É editado o disco "Voo Nocturno ao Vivo".
Lançou em 2010 o single "Tudo por um beijo", banda sonora do filme A Bela e o Paparazzo.
DISCOGRAFIA
DISCOGRAFIA
ALBUNS
Com Uma Viagem na Palma da Mão (1975)
'Té Já (1977)
Qualquer Coisa Pá Música (1979)
Acto Contínuo (1982)
Asas e Penas (1984)
O Lado Errado da Noite (1985)
Quarto Minguante (1986)
Bairro do Amor (1989)
Só (1991)
Jorge Palma (2001)
No Tempos dos Assassinos (2002)
Norte (2004)
É Prohibido Fumar (2005)
Voo Nocturno (2007)
Voo Nocturno ao Vivo (2008)
- Outros Projectos
- 1993 - Palma's Gang - "Ao Vivo no Johnny Guitar"
- 1996 - Rio Grande - "Rio Grande"
- 1997 - Rio Grande - "Dia do Concerto" (Álbum Ao Vivo)
- 2002 - Cabeças no Ar – "Cabeças no Ar"
- Singles e EP's
- The Nine Billion Names of God (1972)
- A Última Canção (1973)
- O Pecado Capital (c/ Fernando Girão) (1975)
- Viagem (1975)
- Deixa-me Rir (1985)
- Dormia tão sossegada (2001)
- Valsa de um homem carente (2004)
- Encosta-te a Mim (2007)
- Colectâneas
- Deixa-me Rir (1996)
- O Melhor dos Melhores (1998)
- Clássicos da Renascença (2000)
- Dá-me Lume - O Melhor de Jorge Palma (2000)
- O Melhor de 2 [CD 1: Sérgio Godinho] (2001)
- A Arte e a Música (2004)
- Estrela do Mar (2004)
- Deixa-me Rir (2005)
- Grandes Êxitos (2006)
COLECTÂNEAS
1995 - "+ 1Comboio" - "Espanta Espíritos" (com Flak)
1996 - "E Como Eras Linda" - "Encontros: Canções de João Lóio"
1997 - "O Meu Amor Existe" - "Voz e Guitarra"
1999 - "Esta Cidade" - "XX Anos XX Bandas" (com Flak)
2000 - "Afurada" – "Ar de Rock"
2001 - "Diz-me Tudo" – "Ganância"
2001 - "Laura" – "Eternamente (As Canções de João Gil)"
2001 - "A Colherzinha" – "Canções de Embalar"
2003 - "Mudemos de Assunto" - Irmão do Meio" (Sérgio Godinho)
2004 - "Ser do Vento" – “O Assobio da Cobra” (Manuel Paulo)
2004 - "Jane Says" - "Uma Outra História"
2008 - "Convite"
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