Informar é cultura

Apresentação e explicitação da vida Portuguesa como sinónimo da nossa nacionalidade passando pelos mais variados temas, sem contudo esquecer, o debate de temas proibidos que pecam e se perdem na ignorância dos povos e a sua abordagem por parte dos sectores políticos vigentes. "Ubi veritas?"



sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Contributo de como sair da crise. Lutar.

Quando se luta, espera-se resultados imediatos (pelo menos algumas pessoas).
Mas a luta não se resolve num só dia, por vezes demora o tempo necessário e  provocado (pelos os que promovem esta organização social), para existir uma exaustão de quem luta ou demitir-se das suas ambições.

Quando a ideologia (globalização) não confere igualdade de direitos e oportunidades de vida, prefiro a utopia. Porque a ideologia é e está vigente, e a utopia será então a alternativa. 
Viver em factos sociais consumados sem pretender uma alternativa digna da nossa condição enquanto pessoas socialmente iguais, não é ser-se utópico mas sim subordinado ao sistema social vigente, discriminatório e condicionando os seus comportamentos para uma mudança. 

Quando a nova organização social ser equatitária nas oportunidades de todos (utopia), o que a impede de ser implementada é a falta de ambição colectiva das pessoas em reverem-se nos seus valores. Sendo assim, a utopia só depende de nós. Porque somos nós, os explorados, que temos que unir o esforço da possível conquista de um futuro melhor, e criar uma nova ideologia com base no que se conquistou. Uma ideologia mais justa,fraterna e solidária.

Deixo-vos três textos de Bertold Brecht  que estão perfeitamente actuais e são um apelo contra a passividade e indiferença das pessoas a realidades que lhes são nefastas, e dois videos em jeito de solidariedade.
É que por norma uma ideologia é implementada quando promovida por alguém ou por um conjunto de pessoas e as outras se revêm naquilo que se pretende e lhes é transmitido. Então não compreendo porque é que sendo mais aqueles que contestam do que aqueles que são beneficiados, porque é que não existe uma atitude colectiva da mudança.
Por mais que queiram dizer o contrário, as classes têm que existir sempre. A organização social produtora de riqueza proveniente de um trabalho executado, requer a implementação de regras profissionais associadas à arte ou ofício. Assim sendo, a luta de classes vai sempre ser um facto e que contraria o projecto social económico e financeiro que é o suporte da globalização.

Bertold Brecht (1898-1956)

INTERTEXTO

Primeiro levaram os negros 
Mas não me importei com isso. 
Eu não era negro. 
  
Em seguida levaram alguns operários 
Mas não me importei com isso. 
Eu também não era operário. 

Depois prenderam os miseráveis 
Mas não me importei com isso. 
Porque eu não sou miserável. 

Depois agarraram uns desempregados 
Mas como tenho meu emprego. 
Também não me importei. 

Agora estão me levando 
Mas já é tarde. 
Como eu não me importei com ninguém 
Ninguém se importa comigo.


NADA É IMPOSSÍVEL MUDAR 



Desconfiai do mais trivial, 
na aparência singelo. 
E examinai, sobretudo, o que parece habitual. 
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, 
pois em tempo de desordem sangrenta,  
de confusão organizada,  
de arbitrariedade consciente,  
de humanidade desumanizada, 
nada deve parecer natural e 
nada deve parecer impossível de mudar. 


ELOGIO DA DIALÉCTICA 
A injustiça avança hoje a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.  
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser 
como são.  
Nenhuma voz além da dos que mandam  
e em todos os mercados proclama a exploração,  
isto é apenas o começo. 
Mas entre os oprimidos, muitos há que agora 
dizem, aquilo que nós queremos nunca mais o 
alcançaremos.  
Quem ainda está vivo não diga nunca o que é seguro não é seguro,  
as coisas não continuarão a ser como são.  
Depois de falarem os dominantes, falarão os dominados.  
Quem pois ousa dizer nunca,  
de quem depende que a opressão prossiga? De 
nós.  
De quem depende que ela acabe? Também de 
nós.  
O que é esmagado que se levante!  
O que está perdido, lute!  
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha.  
E nunca será ainda hoje, porque os vencidos de hoje são os vencedores 
de amanhã! 


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

José Mário Branco - Fundo Monetário Internacional (FMI).

JOSÉ MÁRIO BRANCO - FMI.

"Não pode haver razão para tanto sofrimento..."

José Mário Branco com esta actuação gravada ao vivo no Teatro Aberto (Lisboa) a 1 de Maio de 1981, foi um visionário da morte social que mais tarde aconteceu (desde então até aos dias de hoje),em que tudo o que se ambicionava no pós 25 de Abril e que tarde ou nunca aconteceu. As palavras "obscenas?" que fazem parte da sua revolta, não é mais do que um grito desamparado e não compreendido provavelmente pelas pessoas que assistiam à sua declamação e por todos nós que de algum modo perpectuamos no tempo seguinte até aos dias de hoje. Sim, a culpa é de todos e de ninguém. A preserverância dos valores que se pretendiam, foram vendidos por uma imagem que nunca existiu. E nós caí-mos na armadilha.

Mas como diz o autor, -(...) E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir, e aí nessa viagem ressuscitar da morte nas arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... (...). 

Nada está perdido. O grande erro é pensarmos que podemos morrer.

Mas de que vale a pena morrer a sofrer, quando a morte está anunciada.

Morrer de pé, sem submissões, sem dados adquiridos.

Morrer de pé, questionando o que dizem ser inevitável.

Morrer de pé, e lutar pelas as ambições.

A história escreve-se no quotidiano que vivemos, e ela será aquilo que os nossos esforços e a luta de todos permitir, para conseguir o famigerado futuro melhor e colectivo. 

Porque quem luta sempre consegue algo, e quem se resigna será um fantoche manietado por quem fomenta esta ideologia social que promove o bem-estar de alguns. E que poderia ser para todos.

A globalização tem um problema com os resistentes, e compete a eles esclarecer os mais novos para os vícios criados, para uma ilusão que não os irá favorecer e para que compreendam que existe um futuro mais solidário.

E é assim que José Mário Branco termina este tal grito de revolta com uma das músicas mais emblemáticas das suas criações. "Ser Solidário".

Resta acrescentar que é obrigatório a visualização destes vídeos, e interiorizem a mensagem, questionando-se a atitude que cada um de nós tem sobre todos.

Jorge Palma




BIOGRAFIA


1956/1966 - Aos seis anos, e ao mesmo tempo que aprendia a ler e a escrever, iniciou os seus estudos de piano. Foi no Conservatório Nacional a sua primeira audição, aos oito anos, numa altura em que era aluno de Maria Fernanda Chichorro. Aos treze vencia o seu primeiro prémio, o segundo lugar, com atribuição de uma menção honrosa do júri, no Concurso Internacional de Piano, integrado no Festival das Juventudes Musicais, em Palma de Maiorca. Nos seus estudos cruzou-se com o Liceu Camões e um colégio interno, situado em Mouriscas, perto de Abrantes. Durante a adolescência e a par da formação erudita, começa a interessar-se pelo rock’n’roll, e, de um modo geral, pela música popular americana e inglesa. É por esta altura que descobre a guitarra. Bob Dylan, Led Zeppelin e Lou Reed são algumas das suas influências.

1967/1971 - Em 1967, no Algarve, integra o grupo Black Boys, tocando órgão. Esta primeira experiência profissional, na companhia de músicos de Santarém, durou cerca de seis meses e foi interrompida por uma aparição “oportuna” do seu pai, num dos bares em que o grupo tocava, num momento em que a experiência já se estava a esgotar, culminando no regresso a Lisboa e no regresso aos estudos secundários em Lisboa.

De 1969 a 1971, enquanto estuda Engenharia na Faculdade de Ciências de Lisboa (numa altura em que “o geral podia-se fazer ou no Técnico ou na Faculdade de Ciências”), integra o grupo pop-rock Sindicato, como teclista e cantor. Do grupo faziam parte Rão Kyao, Vítor Mamede, João Maló, Rui Cardoso e Ricardo Levi. Para além dos covers de bandas de rock americanas e inglesas (Led Zeppelin, Stephen Stills, Chicago, Blood Sweat and Tears, entre outros), o grupo compôs originais, em língua inglesa. A entrada de uma secção de metais encaminha-os para uma estética de fusão entre o Jazz e o Rock. Em 1971, gravaram o single "Smile", que tinha no lado B "SINDIblues Swede CATO'S Shoes", uma versão do standard de rock’n’roll "Blue Suede Shoes", de Carl Perkins. No mesmo ano, deram o seu último concerto na primeira edição do Festival de Vilar de Mouros.

1972/1974 - A estreia a solo de Jorge Palma acontece com o single The Nine Billion Names of God (1972), título de um conto de Arthur C. Clarke e inspirado também no livro "O Despertar dos Mágicos", de Louis Pauwels e Jacques Bergier. Por esta altura, inicia uma colaboração com José Carlos Ary dos Santos, que o ajuda a aperfeiçoar a escrita poética, e com quem estabelece uma relação aluno-mestre. “O ano de 1972, 1973, até ao Verão, até Setembro, esse ano e meio foi de convívio intenso com o Ary, sobretudo. Quase todas as noites estávamos juntos”. Deste contacto resulta o EP A Última Canção (1973), com quatro composições de Jorge Palma, duas delas com letras de Ary dos Santos.
Ainda em 1972, realiza uma viagem transcontinental passando pelos Estados Unidos, Canadá e Caraíbas. Neste mesmo ano abandona os estudos de Engenharia.
Em Setembro de 1973, recusando cumprir o serviço militar obrigatório, e, consequentemente, embarcar numa guerra para o Ultramar, parte para a Dinamarca, com Gisela Branco, sua primeira mulher, onde lhe foi concedido asilo político. Como afirma na entrevista a Cristiano Pereira do Jornal de Notícias de 22 de Setembro de 2002:
"Com licença, meus amigos, mas para a guerra não vou."
Na Dinamarca trabalhou como empregado num hotel. Em simultâneo, compunha e escrevia letras, participando, por vezes, em programas de rádio onde apresentou composições suas e de outros intérpretes da Música Popular Portuguesa (MPP).
1974/1979 - Regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974, iniciando uma carreira como orquestrador, entre 1974 e 1977, na indústria discográfica. Fez arranjos para fonogramas de Pedro Barroso, Paco Bandeira, Francisco Naia, Rui de Mascarenhas, Tonicha, João Vaz Lopes, Valério Silva, Adelaide Ferreira e dos agrupamentos Intróito e Maranata. Participou como instrumentista em gravações de José Barata Moura e José Jorge Letria, entre outros.



Em 1975, concorreu ao Festival RTP da Canção com "O Pecado Capital", uma composição sua em co-autoria com Pedro Osório, defendida em dueto com Fernando Girão, e "Viagem", uma composição de Nuno Nazareth Fernades com letra sua. Ficaram classificadas em 7º e 8º lugares, respectivamente, num total de dez canções concorrentes.

Nesse ano gravou o seu primeiro LP,Com uma Viagem na Palma da Mão, para a Valentim de Carvalho, com canções compostas durante o exílio político em Copenhaga.
Depois da gravação do seu segundo trabalho discográfico - 'Té Já (1977)- e de uma digressão ao Brasil como músico de Paco Bandeira, partiu em viagem, cantando e tocando guitarra nas ruas de várias cidades espanholas (1977) e francesas (1978-1981), nomeadamente Paris, interpretando repertório de compositores de música popular americana, como Bob Dylan, Crosby, Stills and Nash, Leonard Cohen, Neil Young, Simon and Garfunkel, entre outros.
Em 1979, vive alguns meses em Portugal, morando no Ninho das Águias, junto ao Castelo de S. Jorge, em Lisboa. Grava "Qualquer Coisa Pá Música", o seu terceiro álbum de originais, com membros do grupo acústico O Bando, seguindo-se uma série de actuações a solo e com o referido grupo.

1980/1989 - No início da década de 1980, regressou a Paris, com a sua segunda mulher, Graça Lami, voltando a Portugal em 1982 para gravar o álbum duplo Acto Contínuo, com gravação prevista ao vivo, mas que acabou por ser gravado em estúdio e num curto espaço de tempo.
Vicente, o seu primeiro filho, nasce em 1983 e a ele dedica a música "Castor", do seu quinto álbum de originais - Asas e Penas (1984). De resto, ela é nele “inspirada”, a julgar pelo que consta na capa do registo sonoro, e só não é verdadeiramente instrumental pela sua participação/intervenção. Na sequência deste disco realiza diversos concertos em Portugal, França e Itália.
O ano seguinte é marcado pelo lançamento do seu sexto álbum de originais e um dos mais aclamados da sua carreira, O Lado Errado da Noite. O single "Deixa-me Rir" é dele extraído e teve um enorme sucesso, sendo, ainda hoje, uma das músicas que funciona como uma espécie de imagem de marca e uma das mais requisitadas pelos fãs nos concertos. Por este álbum recebe o “Sete de Ouro”, o “Troféu Nova Gente”, que é definido, por alguns críticos, como “o lado certo de Jorge Palma” ou “Palma de Ouro”, e realiza uma longa tournée por Portugal e Ilhas, sendo a sua primeira grande apresentação em Lisboa no espaço da Aula Magna da Universidade de Lisboa, ainda que tenha participado num concerto anterior, no mesmo local, organizado por estudantes. “Mas foi uma primeira Aula Magna, organizada por estudantes e não teve muita gente.”
Em 1986, concluiu o Curso Geral de Piano no Conservatório Nacional e gravou o seu sétimo álbum de originais – "Quarto Minguante", marcado por problemas entre JP e editora.
Os anos seguintes foram marcados pela frequência do antigo Curso Superior de Piano do Conservatório Nacional, onde foi aluno da compositora Maria de Lourdes Martins.
Em 1989, edita Bairro do Amor, considerado pelos jornais Público e Diário de Notícias como um dos álbuns do século da música portuguesa. Este trabalho marca a saída de JP da editora EMI- Valentim de Carvalho, que recusou a edição deste álbum, e a passagem para a PolyGram.
Compondo, escrevendo letras, fazendo arranjos e desempenhando a direcção musical nas gravações dos seus fonogramas, foi acompanhado por músicos com experiência em diversos domínios musicais, como o pop-rock, a MPP, a música improvisada, a música erudita e o jazz, dos quais se salientam Carlos Bechegas, Carlos Zíngaro, Edgar Caramelo, Guilherme Inês, Jorge Reis, Júlio Pereira, Rui Veloso, Zé Nabo, José Moz Carrapa, Zé da Ponte e Kalu, entre outros.

1990/1999 - Durante a década de 1990 suspendeu a gravação de composições originais para se dedicar à reinterpretação da sua obra, participando regularmente noutros agrupamentos, realizando gravações para intérpretes próximos de si, compondo música para teatro, bem como preconizando inúmeros concertos pelo país, que se traduziram num amento significativo da sua popularidade, sobretudo junto do público mais jovem.
Em 1991, foi editado , um álbum intimista, no qual JP revisita temas antigos, a solo e ao piano, e que foi gravado “sem rede”, isto é, voz e piano em simultâneo. Este trabalho foi premiado com um “Sete de Ouro” e o Diário de Notícias considerou-o, uma vez mais, um dos álbuns do século XX.
O álbum Ao Vivo no Johnny Guitar, de 1993, surge na sequência da formação do grupo Palma’s Gang, que reuniu os músicos Kalu e Zé Pedro (Xutos e Pontapés) e Flak e Alex (Rádio Macau), e que realizou alguns concertos pelo país. Esta é uma segunda revisita à sua obra, mas desta vez num formato eléctrico, já que se tratava de um projecto rock. Participa, também, no álbum Sopa, dos Censurados, assinando a letra e emprestando a voz a "Estou Agarrado a Ti".
O ano seguinte fica marcado por vários concertos, quer a solo, quer com o Palma's Gang, destacando-se os concertos do S. Luís, a 4 e 5 de Novembro, que viriam, mais tarde, a ser transmitidos pela RTP.
Durante o ano de 1995 continua a realizar concertos por todo o país, passando também pelo Casino Estoril, num formato solo, e com produção musical de Pedro Osório. Integrou, como pianista convidado, o Unplugged dos Xutos e Pontapés, na Antena 3, e foi letrista, compositor e músico em Espanta Espíritos, um álbum em que participaram vários nomes da MPP e que foi produzido por Manuel Faria, um ex-Trovante. Ainda neste ano, nasce o seu segundo filho- Francisco.
Integrou o agrupamento Rio Grande, em 1996, formado por Tim (Xutos e Pontapés), João Gil (Ala dos Namorados), Rui Veloso e Vitorino, que alcançou uma considerável popularidade, gravando dois CD’s (1996 e 1998). Nesse mesmo ano, musicou poemas de Regina Guimarães, integrados na peça de Bertolt Brecht "Lux in Tenebris" - levada à cena pela companhia de teatro de Braga - e colaborou com Sérgio Godinho, João Peste, Rui Reininho e Al Berto no espectáculo "Filhos de Rimbaud", apresentado no Coliseu dos Recreios de Lisboa. Foi director musical do espectáculo teatral "Aos que Nasceram Depois de Nós", baseado em textos de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weill, Hans Eisler, do próprio dramaturgo e com uma composição de JP ("Do Pobre B.B."). Participa, também, no álbum Encontros - Canções de João Lóio, daquele ex-membro do GAC-Vozes na Luta, e vê ser recriado "Frágil" (de Bairro do Amor, 1989) por André Sardet, no seu álbum de estreia, Imagens. É, ainda, em 1996, que a EMI-Valentim de Carvalho lança a compilação Deixa-me Rir, integrada na colecção Caravela, contendo músicas dos álbuns "Asas e Penas", "O Lado Errado da Noite" e "Quarto Minguante".
No ano seguinte, para além dos habituais concertos, participa nalguns trabalhos, como em Todo Este Céu, de Né Ladeiras, uma revisita a temas de Fausto Bordalo Dias, e Voz e Guitarra, uma produção de Manuel Pedro Felgueiras (Ala dos Namorados), com a participação de inúmeros artistas, que escolheram e recriaram temas apenas com voz e guitarra. Sai também o segundo álbum dos Rio Grande - Dia de Concerto - ao vivo no Coliseu dos Recreios. Nele se estreia o original de Jorge Palma "Quem És Tu de Novo?", mais tarde incluído em Jorge Palma (2001).
Os anos finais da década de 1990 são marcados por muitos concertos e trabalhos. Destacam-se os concertos das queimas das fitas, “Festival Outono em Lisboa”, vários durante a Expo, em nome próprio, em solidariedade para com a Guiné Bissau e como convidado do espectáculo "As Vozes Búlgaras", de Amélia Muge. Participou, também, no álbum de tributo aos Xutos e Pontapés – XX Anos XX Bandas - recriando "Nesta Cidade", acompanhado pela guitarra de Flak, e no álbum Tatuagem, de Mafalda Veiga, no dueto "Tatuagens", que veio a ser single do disco. Visitou também Timor Leste na companhia de Fernando Tordo.
2000/2004 - Em 2000, continua a realizar concertos por todo o país. A Universal lança a colectânea Dá-me Lume, que reúne canções dos álbuns Bairro do Amor e , e que se assume como um êxito comercial (mais de trinta mil cópias vendidas), mantendo-se no top nacional de vendas durante várias semanas. O enorme sucesso deste álbum levou a que o lançamento do novo álbum de originais, entretanto gravado, fosse sendo sucessivamente adiado, acabando por ver a luz do dia já em 2001. Ainda em 2000, JP participa no álbum de tributo a Rui Veloso, juntamente com Flak, interpretando "Afurada", para além de ter emprestado a sua voz a "Laura", canção pertencente à banda sonora do tele-filme da SIC, "A Noiva", que trata o tema da Guerra Colonial, precisamente aquela de que fugira vinte e sete anos antes.
Em 2001, sai, então, o álbum Jorge Palma, muito bem recebido pela crítica e ainda mais pelo público, ávido de novas músicas, mais de doze anos decorridos sobre o lançamento do seu último disco de originais. Logo na primeira semana, o disco chegou ao terceiro lugar do top nacional e foi disco de prata. Dois meses antes, fora reeditado Acto Contínuo, cuja versão não existia, ainda, em formato CD. Nesse ano abriu o terceiro dia do Festival Sudoeste e tocou nos Coliseus de Lisboa e Porto, em Novembro, entre outros concertos. Escreveu um tema para Mau Feitio, um álbum de Paulo Gonzo, deu a voz a "Diz-me Tudo", música de abertura da telenovela portuguesa da SIC “Ganância” e emprestou o piano a "Fome (Nesse Sempre)", tema de estreia dos Toranja.
Em 2002, recebeu o prémio José Afonso pelo seu disco Jorge Palma e foi nomeado para os Globos de Ouro, promovidos pela SIC, nas categorias de melhor intérprete individual e de melhor música ("Dormia Tão Sossegada"). Deu três concertos em Junho, no Teatro Villaret, acompanhado pelo seu filho Vicente, que foram editados num CD duplo, lançado em Setembro, com o título No Tempo dos Assassinos - Teatro Villaret - Junho de 2002. Contém trinta e três temas da sua vasta obra.
Ainda em 2002, os Cabeças no Ar - na prática, os Rio Grande sem Vitorino - lançam um disco e Qualquer Coisa Pá Música é reeditado.
Em 2003 e 2004, a agenda preenchida mantém-se, com inúmeros concertos pelo país, incluindo participações em concertos de Sérgio Godinho. Prepara, no entanto, um trabalho gravado em sua própria casa em que alia a sua interpretação ao piano à voz de Ilda Fèteira, numa incursão pela poesia portuguesa contemporânea. Esta "obra de culto" foi editada a expensas próprias e apresentada na Associação 25 de Abril.
Em Agosto de 2004 gravou, no Porto, o álbum "Norte" que contou com participações especiais de muitos músicos portugueses com quem ainda não tinha trabalhado até então.

2005/Actualidade - Lançou em 2007 o disco Voo Nocturno.
Em 27 de Novembro de 2008 casou-se com Rita Tomé, a sua namorada de longa data, em Las Vegas ao som de «Encosta-te A Mim». É editado o disco "Voo Nocturno ao Vivo".
Lançou em 2010 o single "Tudo por um beijo", banda sonora do filme A Bela e o Paparazzo.




DISCOGRAFIA
ALBUNS
   Com Uma Viagem na Palma da Mão (1975)
   'Té Já (1977)
   Qualquer Coisa Pá Música (1979)
   Acto Contínuo (1982)
   Asas e Penas (1984)
   O Lado Errado da Noite (1985)
   Quarto Minguante (1986)
   Bairro do Amor (1989)
   Só (1991)
   Jorge Palma (2001)
   No Tempos dos Assassinos (2002)
   Norte (2004)
   É Prohibido Fumar (2005)
   Voo Nocturno (2007)
   Voo Nocturno ao Vivo (2008)

Outros Projectos
   1993 - Palma's Gang - "Ao Vivo no Johnny Guitar"
   1996 - Rio Grande - "Rio Grande"
   1997 - Rio Grande - "Dia do Concerto" (Álbum Ao Vivo)
   2002 - Cabeças no Ar – "Cabeças no Ar"

Singles e EP's
   The Nine Billion Names of God (1972)
   A Última Canção (1973)
   O Pecado Capital (c/ Fernando Girão) (1975)
   Viagem (1975)
   Deixa-me Rir (1985)
   Dormia tão sossegada (2001)
   Valsa de um homem carente (2004)
   Encosta-te a Mim (2007)

Colectâneas
    Deixa-me Rir (1996)
   O Melhor dos Melhores (1998)
   Clássicos da Renascença (2000)
   Dá-me Lume - O Melhor de Jorge Palma (2000)
   O Melhor de 2 [CD 1: Sérgio Godinho] (2001)
   A Arte e a Música (2004)
   Estrela do Mar (2004)
   Deixa-me Rir (2005)
   Grandes Êxitos (2006)

COLECTÂNEAS
   1995 - "+ 1Comboio" - "Espanta Espíritos" (com Flak)
   1996 - "E Como Eras Linda" - "Encontros: Canções de João Lóio"
   1997 - "O Meu Amor Existe" - "Voz e Guitarra"
   1999 - "Esta Cidade" - "XX Anos XX Bandas" (com Flak)
   2000 - "Afurada" – "Ar de Rock"
   2001 - "Diz-me Tudo" – "Ganância"
   2001 - "Laura" – "Eternamente (As Canções de João Gil)"
   2001 - "A Colherzinha" – "Canções de Embalar"
   2003 - "Mudemos de Assunto" - Irmão do Meio" (Sérgio Godinho)
   2004 - "Ser do Vento" – “O Assobio da Cobra” (Manuel Paulo)
   2004 - "Jane Says" - "Uma Outra História"