Informar é cultura

Apresentação e explicitação da vida Portuguesa como sinónimo da nossa nacionalidade passando pelos mais variados temas, sem contudo esquecer, o debate de temas proibidos que pecam e se perdem na ignorância dos povos e a sua abordagem por parte dos sectores políticos vigentes. "Ubi veritas?"



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Comemorações do 5 de Outubro e o hastear da bandeira ao contrário.


O facto de a bandeira ter sido hasteada ao contrário revela aquilo que Portugal tem vivido desde o pós 25 de Abril de1974. Desrespeito, saque, privilégios aos compadres de enriquecerem utilizando dinheiros e subsídios que deviam ser públicos, ignorância, aproveitamento da posição que ocupam.

Além de ser observado um pouco nas nossas vivências enquanto cidadãos e como trabalhadores, este episódio que denigre a nossa imagem como país, é perfeitamente verificável pelas as atitudes de "desenrasca" que habitualmente acontecem. Uma coisa é certa,  a responsabilidade de um cidadão comum pelos seus actos podem ser menor, igual ou de maior relevância ou importância, mas a de um político que é a primeira imagem do país, seguramente nunca deveria de existir.

Somente os portugueses podem pôr cobro a este saque. Exijam responsabilização e/ou criminalização às pessoas que exercem (ou exerceram) uma actividade política e continuem a promover a sua cidadania em manisfestações, greves ou no exercício do direito que estão consagrados na Constituição.

Fiquei indignado em observar estas comemorações.

Temos um governo ditaturial e opressivo, e agora reforçámos a convicção de termos um presidente decrépito. Mete dó e causa-me repulsa.
Vejam que o presidente quando ia hastear a bandeira nem sabia qual o fio que ia puxar.

Deixo uma dica. Quando os excelentíssimos senhores da nação observarem uma incorreção, tenham uma postura digna e integra de corrigir no momento o erro e não perpectuá-lo. Sei que será difícil para vocês, porque não faz parte da vossa formação e interesse quando optam por uma vida pública e política ao serviço do povo.

Deixo este video que reflecte um pouco do triste fado em que vivemos. Acordem portugueses.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Manifestação da CGTP no Terreiro do Paço em 29 de Setembro de 2012.

Nem sei como vou pronunciar-me sem ser erradamente entendido. Mas vou tentar.

No dia 29 de Setembro de 2012 estive na manifestação organizada pela CGTP no Terreiro do Paço que se pretendia como "Terreiro do Povo". A manifestação apesar de ser organizada por uma confederação de sindicatos era aberta a todo o povo português e movimentos cívicos que se identificavam com os propósitos da mesma. As estimativas apontaram para uma adesão acima das 100000 mil pessoas.

No Terreiro do Paço dei em directo (por volta das 17:45 horas) uma entrevista à "RTP Informação" quando confrontado com a pergunta sobre a razão de ter-me associado a esta manifestação.

A resposta foi relacionada com um pouco da angústia que me assiste e já demonstrada em algumas mensagens neste blogue, quando se apela aos portugueses para a defesa dos seus direitos, ideais ou nacionalidade.

Meus caros, o meu pessimismo em relação ao futuro não passa pela organização de manifestações seja por quem for, passa sim pela a adesão das pessoas naquilo que se revèm. Porque, enquanto já houve maiores adesões das pessoas nas manifestações em que se apelava ao sentido cívico (o que por si já é um bom sinal de maturidade e revolta), já nas marcadas por organizações sindicais, essas adesões se tèm mostrado inferiores.

No fundo todas as alterações ao estado social e do direito ao trabalho com direitos, leva a que haja dispersão individualista de atitude que deveria ser colectiva quando se trata de defender um bem que é comum a todos os portugueses. O governo actual sabe que pode adequar as alterações pretendidas desde que fragmente as suas intervenções por sectores de produção do país e fazendo os seus testes até tomar posições que diga respeito a todos (sendo este cenário a ùltima opção) quando as anteriores tentativas sectoriais falhem e porque não pretendem um conflito social visível a nivel mundial. Este tipo de atitude leva a que os portugueses não hajam em unidade, porque, enquanto "toca aos outros e não a mim, eu tenho trabalho e vou-me safando". Este pensamento/comportamento e quase inerente ao ser-se português, é a nossa morte.

Pelo atrás descrito, vou dar um exemplo da inércia dos portugueses e do quanto estão sensibilizados para a própria defesa do direito de cidadania.

No ano passado estive (na condição de utente e português, apesar de ser trabalhador no sector) numa manifestação organizada por uma plataforma de utentes que deveria ter sido mesmo uma manifestação, sobre a redução da oferta e aumentos dos tarifários dos transportes públicos. A concentração foi no Cais do Sodré e pasmem-se porque só estavam cerca de 30 pessoas. Nessa altura ainda não havia intenção real do governo sobre as medidas de austeridade que posteriormente foram aplicadas em Orçamento do Estado para 2012. Ou seja, perante uma intenção do governo em desprovir um direito constitucional de transporte público aos portugueses, somente alguns utentes contestatários e os trabalhadores das empresas do Sector que realizaram greves, tentaram parar tais afrontas. Onde é que estavam a generalidade das pessoas?

Com este exemplo pretendo demonstrar que os portugueses não têm sentido de luta unitária de cidadania e somente lutam por ocasião e quando essa ocasião lhes diz directamente respeito. Sobre esta questão, faço-lhes uma pergunta que é a mesma que fiz na entrevista à RTP.

- Se sistemáticamente temos um governo que prevarica a nossa Constituição, a quem compete defender essa mesma Constituição? Logicamente os portugueses.

Se aplicar-mos este conceito de atitude ao que está descrito na Constituição sobre as organizações sindicais e/ou comissões de trabalhadores das empresas, estamos a defender o nosso próprio direito ao trabalho assim como a nossa condição de utentes, mesmo quando aparentemente isso não está directamente relacionado connosco a título individual ou sectorial.

Os exemplos são inúmeros, desde o caso do Cavaco Silva (Presidente da República) sobre a venda das acções do BPN em que ganhou à nossa conta cerca de 370000 mil euros engordando a factura que estamos a pagar, as Parcerias Público Privadas (as vulgo PPP's), as privatizações das empresas do Sector Empresarial do Estado e/ou Públicas, e o caso do ministro Miguel Relvas sobre o seu percurso académico.

Aqui revela-se a dita inércia dos portugueses e o seu exercício de cidadania.

Desde quando temos que ter um governo que vende bens públicos sem ouvir os seus detentores do direito?

Desde quando temos um governo que favorece o interesse privado sem ouvir os seus detentores do direito?

Desde quando temos que ter um presidente que enriqueceu com uma valorização na venda das suas acções em 140% e que elas nem estavam cotadas em Bolsa?

Desde quando temos que ter um ministro que foi favorecido na atribuição nas habilitações académicas e não se demite, pactuando este governo com tal infâmia?

Percebem agora quando digo que estamos a cavar a nossa própria sepultura?

Percebem agora porque é que temos que evoluir em observar o direito de cidadania e reforçar uma opinião pública forte?

Em sociedade consciente destes direitos, eles deveriam ser a defesa da nossa cidadania e da preservação do estado social que possuimos, sem estarem suijeitos à vontade de quem governa impune e de modo arrogante, sabendo que não vão ser penalizados por isso. Antes de estarmos a atenuar efeitos com manifestações ou greves sectoriais deveriamos atacar prioritariamente a causa, e a causa é a atitude dos políticos corruptos e submissos a uma nova vontade que despreza o social e as pessoas.

Então qual seria a fórmula de contestação dos portugueses?

É simples no sentido da essência da palavra CRIMINALIZAÇÃO.

Exija-se a criminalização das pessoas que têm ou tiveram comportamentos que lesaram a vontade e os direitos dos portugueses e que nos levaram ao estado que actualmente nos encontramos, a exemplo do que aconteceu na Islândia.
Exija-se que a àrea judicial do país funcione.
É aqui que eu gostaria de ver até que ponto os portugueses estão dispostos a defender a sua identidade e os seus direitos. Nunca vi uma paralização geral do país a pedir o julgamento dessas pessoas sobre os actos praticados e pedir eleições antecipadas.

No caso de a matéria judicial tenha a haver com o enriquecimento ilícito, conluio ou favorecimento, além de serem exemplarmente condenados, toda a riqueza ou património que possuam e derivado do acto, seja arrestado a favor do estado.

Parece utopia não parece? Mas não o é, depende somente da vontade de um povo.