Informar é cultura

Apresentação e explicitação da vida Portuguesa como sinónimo da nossa nacionalidade passando pelos mais variados temas, sem contudo esquecer, o debate de temas proibidos que pecam e se perdem na ignorância dos povos e a sua abordagem por parte dos sectores políticos vigentes. "Ubi veritas?"



sexta-feira, 26 de março de 2010

"O dossiê Sócrates." António Balbino Caldeira

Este item extraído do livro " O dossiê Sócrates " é exemplificativo do altruísmo patriótico de um português que prima pela verdade. Quem não deve, não teme. 
Num país onde tudo se diz, faz, nada se prova e quando algo acontece é tratado sob o ponto de vista político e não judicial, encontra agora um documento importante e disponível aos cibernautas onde se pode encontrar uma verdade inconveniente.

A. Peres

"3. Autonomia da investigação face a pressões políticas

Não falei com directórios, delegações, dirigentes, ou políticos. Não falei, nem recebi chamadas. Recados: recebi um ou dois. Recados mal veiculados, que desprezei com o nariz tapado com que se enfrenta o lixo.

Ninguém afronta assim o poder, podendo chegar quase à queda do primeiro-ministro, num qualquer país, sem a sua vida ser completamente investigada. Pelo que não chantagearam, nem publicaram, se percebe que os adversários não viram sujidade que pudessem usar. Creio que concluíram, pelos personagens a quem recorreram para obter informações, que não era abordável, que não me venderia, nem recuaria face às pressões, que não cederia a chantagens profissionais, que seria perigoso perseguir a família.


O mais que fizeram foi desprestigiar. Mas isso é coisa pouca para tanto perigo. O diagnóstico, obtido ainda durante a investigação, chegou-me aos ouvidos mais tarde: era um lone wolf (um lobo solitário). Devia ser essa a doutrina dominante, pois não sofri ataque público ao contrário de outros que viram o seu nome pronunciado como arquitecto do que… eu fazia!... Por que é que um professor de Alcobaça iniciaria esta tempestade?... Tem de ter gente atrás a dirigi-lo!… Se nada ganha – nem nada poderia ganhar que o sistema não perdoa!... – por que se mete nisto?... Mas como eventualmente o registo de tráfego, meu e de outros, não confirmava a hipótese, tiveram de enveredar pela tese do free lancer. Todavia, por mais que os bloguistas explicassem, há gente que não percebe a Net… Quem vive no meio do tráfico da informação e do poder, não consegue compreender o altruísmo do serviço público, não percebe a defesa dos valores, o patriotismo."

António Balbino Caldeira

1 comentário:

  1. Por tanta demonstração de coragem devia já ter sido condecorado.A António B. Caldeira o meu sincero apreço.

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