Informar é cultura

Apresentação e explicitação da vida Portuguesa como sinónimo da nossa nacionalidade passando pelos mais variados temas, sem contudo esquecer, o debate de temas proibidos que pecam e se perdem na ignorância dos povos e a sua abordagem por parte dos sectores políticos vigentes. "Ubi veritas?"



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Apelo à Portugalidade e identidade nacional. Portugal e a morte anunciada. Como sair da crise (um contributo para um exercício de direito)?

Com base num dito de Raúl Brandão - " Dias há, em que me sinto responsável por todo o mal que se faz no mundo ", não será exagero dizermos que - " Dias há, em que me sinto responsável por todo o mal que acontece na minha terra ".

O conceito e interiorização da nossa identidade e portugalidade, passa pela maneira em que assumimos e nos comportamos em relação a isto mesmo. A intenção (sobre o que vão ler nesta mensagem) é nesta fase não entender este conceito à escala planetária, mas sim, à escala do nosso Portugal e da maneira como o vemos.
Sendo assim, irei então reflectir sobre o panorama nacional e na atitude colectiva que cada um de nós e as organizações que representam grupos de pessoas e/ou sectores laborais, com base no direito do trabalho,cidadania e identidade.

Portugalidade, ou portuguesidade, devem ser palavras correspondentes a uma atitude humana que nos valorize, dentro de Portugal. Importa que qualquer dessas palavras sejam sinónimos de um conjunto de qualidades positivas que mereçam incondicional confiança, cultura afinada, sentimentos de simpatia, gosto de bem servir, vontade firme, um só rosto nas decisões e clareza no pensamento.
Portugalidade, ou portuguesidade, comportam uma grande multiplicidade de aspectos. Neste intuito, só irei considerar alguns que parecem ser de maior importância face ao contexto social actual.

- O símbolo de Portugal, o trabalho, a solidariedade e o direito.

Contrariar a sua morte como país, respeitando a sua história e as ambições dos seus naturais em valorizar o sentimento da honra e do projecto de um estado social existente.

Valorizar o conceito da verticalidade moral e exigir a quem dá a sua palavra e depois a ela faltar, a penalização moral e/ou judicial de quem exerceu uma posição que lese os interesses de Portugal e dos seus cidadãos.

Abandonar a desconfiança de nós mesmos e o improviso em resolver os problemas de forma pontual (esquecendo que essas atitudes isoladas porá em causa o estado social entretanto construído como um todo).
 
Abandonar "o encosto" e esperar que tudo seja resolvido por outros, sabendo que, se esse trabalho for emitido por políticos poderemos estar a colocar em causa tudo o que se conquistou ao longo de décadas para o estado social equatitário e justo nas oportunidades para todos.

Evitar o derrotismo quando tudo parece inevitável, porque quem profere a inevitabilidade e na sua atitude lesar as pessoas, merece uma atitude colectiva dessas pessoas lesadas pela base da coragem e afrontar tais efémeros sujeitos políticos que só estão de passagem e que unicamente utilizam o dever que deveria ser público somente para seu interesse ou de outros.
Esta filosofia derrotista não é de boa portugalidade. A Pátria tem o direito de todas as nossas atenções. Importa-nos isso sim, saber quem a governa. O nosso civismo tudo fará para que alguém a governe e sirva, em vez de se governar e de se servir. Não nos assiste o direito moral de passarmos à margem deste problema.

Nunca cair no sentimento da desgraça. Nunca foi desgraça nascer num país que precisa do nosso trabalho, da nossa cultura, do nosso entusiasmo, da nossa crítica construtiva e da nossa dedicação. Desgraça, é ouvir da boca dos portugueses palavras de desânimo, onde eles as deveriam substituir por afirmações de trabalho pessoal. Desgraça, é os Portugueses só falarem na revindicação de direitos quando tantos deveres têm de cumprir, e neste caso, somente se ouve palavras quando a atitude deveria de ser colectiva e presencial no momento de exercer o direito de cidadania.

A solidariedade dos Portugueses tem de assentar no todos por um e cada qual por todos. Os Portugueses devem ter como directriz do seu comportamento a abnegação, a iniciativa, o bom senso, a compreensão e a realização de tarefas de interesse colectivo. Enquanto aí não chegarmos, Portugal será apenas um lugar no mapa. O essencial é que seja uma nação, na qual todos, em frente ùnica, sobreponham os interesses da comunidade aos egoísmos individuais.
De nós depende o futuro, se hoje tudo fizermos para que a solidariedade passe de palavra oca a realidade concreta.
Não será com portugueses indecisos, saudosistas, sebastianistas, sentimentais babosos, tagarelas da quinta casa, invertebrados de carácter, gente-não-te-rales, que não faremos a tão apetecida portugalidade.
Todo o Português se convencerá de que a pátria não é nenhuma entidade metafísica, mas antes o que forem os próprios portugueses. O prestígio da Pátria não é obra de estranhos, mas dos próprios que a constituem e cumprindo exemplarmente os seus deveres de cidadãos nacionais.

O sentimento de portugalidade quer-se conciliável com a justiça, a nobreza de alma, a inteligência apurada, a ampla cultura, o trabalho pertinaz. Portugalidade sem esses requisitos é uma atitude que nos deve envergonhar a nós. Não reneguemos Portugal, lá porque existem Portugueses a quem faltem os valores atrás referidos.
Quanto mais crítica for a situação de Portugal, mais importa que sejamos Portugueses, não confiando a outros aquilo que só a nós pertence. A autêntica portugalidade não manda renegar, renunciar, desertar, desistir, mas antes e sempre, afirmar, trabalhar, estar presente, decidir, cumprir, sem passarmos essa missão ao mais pintado.

A defesa da Pátria somente é reservado aos seus cidadãos. Se aceitarmos a Pátria como a queremos, por inerência nos cabe defendê-la do inimigo seja ele externo ou interno. A independência da Pátria é um imperativo categórico e não admite reservas, esteja quem estiver no governo (da nossa cor política ou da oposição). Deveremos estar sempre ao lado de um governo, desde que este tome a peito a defesa da Pátria contra os inimigos, venham estes donde vierem (de fora ou de dentro).

- Conclusão.

Após a caracterização do pensamento e comportamento que os Portugueses deveriam adoptar para salvaguardar a sua identidade e soberania, e para melhor compreensão do que realmente acontece, basta reflectirmos sobre alguns destes exemplos que adiante irei transcrever fomentados pelos políticos do momento ou outros do passado. Se todos assumirmos o sentido da Pátria e a nossa identidade nada disto se teria passado.

Temos um Presidente da República que de uma maneira ou de outra está relacionado com vários escândalos financeiros, imobiliários que resultaram em enriquecimento em que tudo indicia - ilícito.

Temos um Ministro Miguel Relvas que foi beneficiado nas atribuições académicas quando o seu percurso de estudante não corresponde aos títulos que possue.

Temos um Primeiro Ministro Passos Coelho que enquanto administrador de uma empresa privada teve variados processos por má gestão dessa mesma empresa por imcumprimento do que está legislado e actualmente vende bens que são dos Portugueses e do erário público aos privados.

Na generalidade, temos um governo que criou excepções na retribuições a funcionários (sejam eles quais forem e a que Ministérios, Secretarias de Estado ou empresas do sector empresarial do Estado pertencerem) quando outros Portugueses a laborar no sector público ou privado se vêm confrontados com a redução dos seus salários, retirada de direitos, congelamento nas progressões de carreiras e nos aumentos salariais.

Temos um Tribunal Constitucional em que delibera a inconstitucionalidade no corte indiscriminado dos subsídios de Natal e de Férias em 2012, mas que serviu unicamente como "um pequeno reparo ao governo" para o ano seguinte não cometer a mesma infracção, sem contudo exigir a reposição nesse mesmo ano do roubo que foi feito a alguns milhares de Portugueses.

Temos os mais variados exemplos de corrupção e conluio entre empresas e entidades públicas em que lesaram e lesam o Estado Português em muitos e muitos milhões de euros e que posteriormente não são penalizados efectivamente, e inclusivé alguns dos intervenientes, ocupam lugares em empresas públicas ou fogem do país.

Temos um governo que recapitaliza a Banca em detrimento do seu povo. Injecta milhões no sistema bancário enquanto o povo se vê roubado em impostos e a entrar na miséria.

Estes "pequenos exemplos" só acontecem quando existe impunidade, a evocação da imunidade e quando os Portugueses não exigem e não fazem prevalecer o exercício do direito de cidadania.
Aos Portugueses somente os dirijo à leitura do artigo 21º e 22º da Constituição Portuguesa e consciencializá-los que, se exigirmos seja de que forma for o cumprimento dessas e outras directivas, poderemos ter o respeito que nos é devido por essa classe política que insiste neste modelo de gestão que lesa o país e a valorização dos seus próprios interesses enquanto pessoas individuais. Só o conseguem, porque verificam a inércia e desconhecimento dos Portugueses em relação aos seus direitos enquanto cidadãos e de salvaguarda da sua Pátria.

Tudo é possivel, basta querer. Mas de forma colectiva.